21 de dezembro de 2011

ENSINANDO PARA TRANSFORMAR VIDAS

INTRODUÇÃO: Neste livro foram abordados sete conceitos básicos acerca do ensino, denominados “leis” – princípios ou regras. A Lei do professor, do ensino, da atividade, da comunicação, do coração, da motivação e da preparação prévia. Se analisarmos bem veremos que estas leis resumem uma idéia: amor pelo ensino. Este foi um dos melhores livros que já tive o privilégio de ler. Aqui disponibilizo, então, um resumo do que disse o Doutor  Hendriques.
I.              A LEI DO PROFESSOR
O PROFESSOR eficiente baseia seu ensino numa rica experiência de vida. O professor que para de crescer hoje, para de ensinar amanhã. Ninguém consegue ser um bom comunicador a partir de um arquivo intelectual vazio. O professor deve conhecer bem o assunto que está ensinando. Um fraco domínio do conteúdo resulta num ensino deficiente.
Algumas sugestões para o nosso crescimento intelectual:
a)   Manter um disciplinado programa de leitura e estudo;
b)   Fazer cursos de atualização, não apenas para melhorar nosso conhecimento, mas também nossa habilidade intelectual;
c)   Conhecer bem os alunos;

II.            A LEI DO ENSINO
A lei do ensino consiste em estimular e dirigir os atos de aprendizagem.
A maneira como os alunos aprendem deve determinar a forma como o professor ensina. O professor deve estimular e dirigir os atos de aprendizagem, e, de modo geral, não deve dizer nem fazer para o aluno nada que ele possa fazer por si mesmo.
O mestre é antes de tudo um estimulador e motivador; não é o jogador, mas o treinador que estimula e dirige os jogadores em ação.
Não se avalia a eficiência de um professor pelo que ele faz, mas com base no que seus alunos fazem.
O objetivo do ensino é: 1. Ensinar os outros a pensar, O bom ensino consiste de uma série de momentos em que o aprendiz se mostra predisposto a aprender. 2. Ensinar os outros a aprender. Isso significa formar aprendizes que reproduzirão o processo de aprendizagem pelo resto da vida. 3. Ensinar os outros a trabalhar.                                         O princípio pedagógico aqui descrito é o de não fazer para o aluno nada daquilo que ele pode fazer por si mesmo.
Se quisermos  ensinar os alunos a pensar, aprender e trabalhar, temos que levá-los a dominar bem 4 habilidades básicas:  ler, escrever, ouvir e falar.
III.           A LEI DA ATIVIDADE
A lei da atividade é aquela que diz que quanto maior for o nível de envolvimento no processo de aprendizagem, maior o volume do conteúdo aprendido. Portanto, para se obter o máximo de aprendizagem é preciso o máximo de envolvimento.
Cinco formas de atividade:
1.    Atividades que forneçam orientação, sem imposição;
2.    Atividades que dêem ênfase à função e à aplicação na prática;
3.    Atividades com objetivo definido.
4.    Atividades que além de estarem relacionadas com o produto final estejam relacionadas com o produto final estejam também relacionadas com o processo, de modo que os alunos saibam não apenas em que crêem mas também porque crêem.
5.    Atividades associadas a situações em que se vejam obrigados a solucionar problemas.

IV.          A LEI DA COMUNICAÇÃO
A nossa tarefa é comunicar. A razão de sermos professores é exatamente esta: comunicação. Para estabelecermos comunicação com alguém é necessário estabelecer pontos em comum com ele. A lei da comunicação é esta: para que haja comunicação é necessário que se estabeleçam pontes de legação entre o comunicador e o receptor.
Toda comunicação possui três componentes básicos: intelecto, emoção e vontade. A tarefa do professor é despertar a mente do aluno, é estimular idéias, através do exemplo, da simpatia pessoal, e de todos os meios que puder utilizar para isto, isto é, fornecendo-lhe lições objetivas para os sentidos e fatos para a inteligência... O maior de todos os mestres disse: “A semente é a Palavra.” O verdadeiro professor é aquele que revolve a terra e planta a semente.
V.           A LEI DO CORAÇÃO
O ensino que realmente causa impacto em quem o recebe não é o que passa de uma mente para a outra, mas de um coração para o outro. O caráter do professor gera confiança no coração do aluno.
Quando este percebe a qualidade de vida do professor, reconhece que ele tem algo a oferecer-lhe; sente que pode confiar nele. Percebe que o mestre não mentira para ele.
A nossa afetividade vai gerar no aluno a motivação para aprender. Quando o aluno sente que o professor o ama, dispõe-se a fazer tudo que ele quiser que faça.o conteúdo que era no aluno a percepção de um fato, que depois o aluno também vê, compreende, descobre, e apossa-se dele.
Os maiores comunicadores, os melhores mestres, não são necessariamente os que se acham à frente de tudo, que possuem grande inteligência. São aqueles que possuem um grande coração. Ao comunicar, fazem-no com todo o se ser, e atingem todo o ser daqueles que o ouvem.
VI.          A LEI DA MOTIVAÇÃO

A mente humana, até onde sabemos, é uma força que funciona ativada por motivações. Um relógio pode bater as horas junto a um ouvido; um objeto pode lançar sua imagem dentro de um campo visual. Mas a mente desatenta não ouvirá nem verá nada.
A lei da motivação significa que o ensino será mais eficiente quando o aluno se encontrar adequadamente motivado.
O professor deve descobrir as lacunas dos seus alunos para que possa obter bons resultados no seu ensino. Ele deve também descobrir e cultivar as motivações humanas.
V.           A LEI DA PREPARAÇÃO PRÉVIA
A lei da preparação prévia significa que o processo ensino-aprendizagem é mais eficiente se tanto professor como aluno estão previamente bem preparados.
Há muitos professores que vão para sala de aula totalmente despreparados ou preparados apenas em parte. São como mensageiros sem mensagem. Falta-lhes a energia e o entusiasmo necessários para produzirem os resultados que, centralizado por direito, devemos esperar de seu trabalho.

15 de dezembro de 2011

Coragem para lutar e vencer

Uma coisa que não pode ser negligenciada é o efeito contagiante de uma obediência excepcionalmente corajosa.
Por Paul Tournier

Existem pessoas que constantemente se preocupam se terão coragem de enfrentar isto ou aquilo quando envelhecerem: uma doença devastadora, incertezas ou a morte do cônjuge. Procuro sempre reafirmar a elas que enquanto a provação não está lá, a coragem também não estará. E elas serão, provavelmente, aquelas pessoas a enfrentar as provações que vierem com mais coragem.

Diversas vezes fiquei maravilhado com os recursos de coragem que as pessoas ansiosas e preocupadas revelam quando têm que enfrentar a provação real e não o fantasma da provação que povoa seu imaginário. Há mais a ser dito. Existe uma alegria extraordinária que irradia de muitos que sofrem sérias enfermidades, o que contrasta de forma surpreendente com a morosidade de tantas pessoas saudáveis que encontramos no ônibus. Qual é a explicação? Penso que isso ocorre devido ao fato de que suas vidas demandam coragem permanente, um constante expandir da coragem, e como a coragem pertence à economia espiritual, quanto mais a gastamos, mais a temos.

É como uma corrente que os atravessa e produz alegria, a alegria da vitória sobre seu destino. Esta alegria da vitória é algo que encontramos em todos aqueles que completam grandes tarefas, como quem escala até o topo de uma montanha, como os campeões de esportes, mesmo que entrem em colapso, com lágrimas de exaustão no pódio. Além disso, para uma pessoa seriamente comprometida e privada de algo, não é a vitória de um dia e sim a vitória de todo dia. De onde vem o prazer em viver? O prazer se origina mais dos desafios do que das conquistas em si.

A primeira vez que falei sobre o tema da privação foi em um encontro da Associação das Mães Solteiras. A audiência consistia de mulheres que eram viúvas, divorciadas, solteiras ou abandonadas por seus maridos, todas responsáveis pela criação de seus filhos sem a presença dos pais. O que eu queria dizer a elas sobre órfãos poderia ser um encorajamento para a vida de cada uma. Mas não precisavam de encorajamento. Fiquei espantado com a alegria que reinava entre elas. Refleti que elas também precisavam ampliar a coragem em cada dia de suas vidas, dias difíceis, e o segredo da sua alegria impressionante era a corrente de energia espiritual que as atravessava. Mas também havia o fenômeno da comunicação desta coragem, passada de uma para outra, cada percepção da coragem na vida da outra e a contribuição da própria coragem para a vida das demais. Era como uma multiplicação de reflexos em uma sala de espelhos.

A pessoa mais encorajada fui eu. Saí daquele encontro cheio de alegria. Quando a organizadora do evento entregou flores para meu jardim eu senti que ela merecia mais do que eu. Era claro que nada nos inunda de coragem mais do que um homem, mulher ou criança que demonstra coragem exemplar na adversidade. É bem mais efetivo que uma exortação. Parece-me que o mais importante a enfatizar é esta contagiante qualidade de coragem. Vejo tantas pessoas boas que genuinamente tentam resistir a todos os tipos de tentação através da fé em seus ideais, mas que se sentem frágeis perante o contagiante medo do mal, da violência, da injustiça e das mentiras que atacam o mundo. O que podem fazer a respeito disto? Sua obediência diária é valiosa, mas não parece mais do que uma gota perdida em um oceano em meio à tempestade. A bondade contagiante não é tão óbvia. No entanto, uma coisa que não pode ser negligenciada é o efeito contagiante de uma obediência excepcionalmente corajosa.

Na realidade, não penso que devemos exortar pessoas para que sejam corajosas. Para ser frutífera, a coragem deve vir espontaneamente, em resposta a um chamado interior. Consigo enumerar diversas mulheres que tiveram a coragem de desistir da idéia do divórcio em circunstâncias em que o divórcio seria até justificável. Eu não teria o papel de encorajá-las porque eram elas e não eu, que enfrentavam o sofrimento imposto por sua decisão. Jesus nos coloca em alerta sobre colocar sobre os outros, fardos que nós mesmos não carregaríamos (Lucas 11:46). Sempre observei que, quando é Deus quem nos chama para tomar este tipo de decisão, Ele também nos fortalece para suportar as conseqüências.