20 de outubro de 2011

Quantos são os evangélicos no Brasil?

Para uns somos 20,2%, ou cerca de 40 milhões de pessoas. Outros falam em 51,1 milhões. Os mais otimistas falam que em 2020 seremos mais da metade da população, ou cerca de 105 milhões de almas.
Por Marcos Stefano
A velha máxima de que os números não mentem pode estar com os dias contados. Pelo menos, no que diz respeito a estatísticas sobre religião no Brasil. Contrariando as últimas pesquisas sobre a fé no país, que apontam os evangélicos como sendo 20,2% da população – ou menos de 40 milhões de pessoas –, diversas denominações apostam em um panorama mais otimista, no qual os crentes já seriam atualmente 51,1 milhões. Dizem mais: que, caso se mantenham as atuais taxas de crescimento do segmento cristão evangélico, os crentes em Jesus serão, já em 2020, mais da metade da população brasileira, o que equivaleria a 105 milhões de almas. Números evangelásticos (termo cunhado para se referir aos constantes exageros dos crentes) à parte,o certo é que organizações que se dedicam a estatísticas religiosas trabalham com números que apontam uma maioria religiosa protestante no Brasil em apenas dez anos.
O cálculo é feito por organizações como o Departamento de Pesquisas da Sepal (Servindo Pastores e Líderes) e o Ministério Apoio com Informação (MAI), levando em conta a taxa de crescimento que os evangélicos tiveram nas últimas décadas, sobretudo a de 1990. As projeções têm como ponto de partida os Censos periódicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pelo levantamento de 1991, por exemplo, sabe-se que os evangélicos eram 13 milhões naquele tempo, ou 8,9% da população brasileira. Nove anos depois, em 2000, já haviam dobrado de tamanho, passando a ser 26, 1 milhões, 15,45%. “Se o crescimento anual se mantiver nesses patamares, de cerca de 7,4% ao ano, poderemos ter, sim, mais de 50% da população brasileira composta por evangélicos”, aponta o pastor Luis André Bruneto, ligado ao Departamento de Pesquisas da Sepal. “Tudo bem que a tendência mais para frente é que esse aumento venha a se estabilizar. Mas, levando-se em conta a taxa de crescimento anual dos evangélicos, que é mais de três vezes o da população do país em geral, podemos dizer que hoje um em cada quatro brasileiros é protestante”, confirma a matemática Eunice Zillner, do MAI.
Em relação às disparidades de números com um dos últimos levantamentos feitos, o Mapa das Religiões da Fundação Getúlio Vargas (FGV), baseado nos dados da Pesquisa de Orçamento Familiar do IBGE, Bruneto aponta que essa classificação pode ser imprecisa. O estudo destaca uma estabilidade do crescimento pentecostal, que fica em 12% do total da população, um pequeno crescimento das denominações históricas, que passam de 5,39% para 7,47%, e um forte aumento daqueles que se dizem evangélicos, mas não estão em nenhuma denominação específica. “Essas nuances já eram esperadas quando comparadas as mesmas curvas estatísticas entre os censos de 1980 e 2000. Por outro lado, o Mapa das Religiões coloca as quase 200 classificações batistas como ‘históricas’, quando a maioria desse grupo deveria ser classificada como ‘pentecostal’. Em contrapartida, a Universal do Reino de Deus, que sofre grande concorrência, é tida também como ‘pentecostal’ – mesmo grupo no qual foram incluídas as Testemunhas de Jeová no estudo”, critica.
Apesar deste e outros notáveis equívocos, o Mapa das Religiões também confirma o que diversos estudiosos do fenômeno religioso brasileiro já vinham falando: o crescimento econômico e as melhores condições sociais e educacionais no Brasil favoreceriam uma migração de fiéis para igrejas históricas, conhecidas pelo ensino bíblico mais profundo e pela organização eclesiástica que favorece maior participação dos membros, inclusive em termos administrativos. Já o aumento explosivo dos evangélicos, hora ou outra, acabaria levando a um processo de secularização, com o surgimento de crentes apenas “nominais”. Ou seja, é gente que se identifica como protestante por ter nascido ou feito parte de uma denominação, mas agora não frequenta mais a igreja.

PADRÕES HISTÓRICOS
Tais nuances fazem com que muita gente fique com a pulga atrás da orelha com previsões muito otimistas neste aspecto. Mesmo trabalhando com os números, o próprio Bruneto é um que recomenda cautela. “Não se tratam de dados reais. São apenas projeções e perigosas”, observa. Como se está lidando com pessoas, e não com uma ciência exata, é bom deixar claro que a dinâmica populacional é muito intensa e que disparidades e mudanças dificultam a concretização de muitas previsões. Um bom exemplo é o surgimento do secularismo e a queda do crescimento de qualquer religião, comuns após a terceira ou quarta gerações dos convertidos. Exemplo disso acontece na Região Sul, justamente onde aportaram os luteranos, primeiros protestantes a chegarem ao Brasil como grupo organizado, a partir de 1824, com a imigração germânica. No Rio Grande do Sul, é possível encontrar a cidade mais evangélica do Brasil, Quinze de Novembro, com 80,4% de crentes, a apenas 20 quilômetros de uma das menos evangélicas, Alto Alegre, com 0,28% de protestantes. Outro caso é Timbó, em Santa Catarina. Lá, a Igreja Luterana tem mais de 15 mil membros, mas apenas 40 pessoas participam de seus cultos a cada domingo.
“Não existem estudos sérios e estatísticas confiáveis que nos permitam acreditar que o Brasil terá maioria evangélica em uma década”, sentencia o sociólogo Paul Freston, professor catedrático de religião e política na Wilfrid Laurier University, no Canadá, e colaborador na pós-graduação em sociologia na Universidade Federal de São Carlos (SP). Ele defende que, para fazer uma conta mais próxima da realidade, é necessário considerar os padrões históricos de crescimento dos evangélicos a partir dos anos 1950 e não somente na década de 90, quando houve um “pulo”. “Tempos atrás, também falaram que alguns países da América Central teriam a maior de parte de suas populações composta por evangélicos ainda antes da virada do milênio. Claro, isso não se confirmou. Se uma religião avança, outras respondem para frear a perda de fieis”, argumenta o estudioso.
Freston, que é evangélico, diz que já foi considerado um homem sem fé por causa de suas posições mais conservadoras, mas prefere optar por estimativas que considera mais realistas. “Se o crescimento não continuar tão acelerado, os evangélicos terão fracassado? De forma alguma”, ressalva. “A se confirmar o maior crescimento dos tradicionais, devemos levar em conta que, durante 25 anos, pentecostais e neopentecostais estiveram na linha de frente do avanço evangélico no Brasil. Mas essa perda de vigor também precisa ser melhor analisada. O processo pode mostrar uma perda de capacidade de diálogo dos evangélicos com a sociedade. E isso pode trazer consequências ruins a longo prazo”, alerta. Até a divulgação dos números definitivos do Censo 2010, que se promete para o ano que vem – e mesmo depois disso, já que eles parecem tão inconclusivos –, muita água vai correr sob essa ponte.

14 de outubro de 2011

Pastor lança o " Milagre Card "! Não vá para a igreja sem ele!



Não, você não leu errado!

O pastor Clóvis Lopes, da igreja Assembleia de Deus Pentecostal Pai Nosso, que atua na Paraíba e em Brasília, teve uma brilhante ideia ungida e realizou o lançamento do ano:

O “Milagre Card” (veja imagem abaixo). Através desse cartão o fiel faz um depósito em uma das contas indicadas no cartão, e… milagre na mão!!!

Afinal, (com um depósito na conta) e agindo Deus, quem impedirá?






Pra mim já deu! Esturrica Gizuz! Passa o maçarico! 

Ou com disse o irmão  Mariel em um artigo que li hoje: “… tendo feito um azorrague de cordas, expulsou todos do templo” (Jo 2.15).
Jesus se deu ao trabalho de trançar um chicote! A bíblia não fala, mas posso imaginar que a cada trançado, Jesus trazia a memóriaas coisas absurdas que tais mercadores faziam em nome do Pai, afinal ele não estava ali trançando um chicote sem que houvesse um propósito. Jesus suportou com mansidão e longanimidade todos as apostasias, desvios, insultos e até tentativas de homicídio de seus compatriotas, mas vendo os mercadores da fé no templo, Jesus se irou!


Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/2011/10/pastor-lanca-o-milagre-card-nao-va-para.html#ixzz1aoQGcfWF
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8 de outubro de 2011

Sem direito à justiça

Pastor iraniano, Youcef Nadarkhani, é condenado à morte por enforcamento e comove a opinião pública internacional.

Nos últimos dias do mês de setembro de 2011, a atenção da mídia internacional ficou voltada para o Irã. Desta vez, o assunto não era a questão nuclear, mas as últimas audiências do pastor Youcef Nadarkhani, na casa dos 30 anos, acusado de apostasia. Segundo a sharia, conjunto de leis islâmicas, a apostasia é o crime para quem abandona o islã para converter-se a outra religião. E a sentença para tal ato é a morte.
A acusação original contra Nadarkhani, entretanto, aconteceu porque ele queria que seus filhos fossem educados em escolas cristãs. Como seus antepassados eram muçulmanos, isso automaticamente o classifica como tal e seus filhos não serem educados debaixo dos preceitos islâmicos seria uma violação da lei.
A última execução por apostasia ocorrida no Irã se deu em 1990, portanto, é uma forma rara de sentença de morte. O que quase sempre acontece com os cristãos atualmente são assassinatos brutais que não são resolvidos por parte da polícia. Ninguém é acusado ou sequer existe investigação. No caso do pastor, sua morte ocorreria por enforcamento.
O tribunal da província de Gilan ofereceu, de forma “compassiva”, segundo a lei sharia, três oportunidades para Nadarkhani voltar à “religião de seus antepassados”. A terceira e última chance foi no dia 28 de setembro e o pastor não aceitou negar a Cristo. Até o fechamento desta matéria, a sentença não havia sido decretada, o que causou muito apreensão.
Comentários sobre a anulação da execução foram divulgados, mas o Centro Americano para a Lei e Justiça (ACLJ, em inglês), entidade que tem trabalhado junto ao pastor, acredita que essa foi uma estratégia do Serviço Secreto Iraniano para impedir que a mídia continuasse cobrindo o caso. Várias emissoras de TV internacionais, jornais e blogs reportaram a situação. A Casa Branca também comunicou sua preocupação e criticou a condenação de Nadarkhani. “O pastor Nadarkhani não fez nada além de manter sua fé, que é um direito universal de todas as pessoas”, disse a declaração vinda de Washington.
Além disso, no Brasil, jornalistas como Reinaldo Azevedo comentaram a atrocidade em seus blogs. Políticos como o senador Marcelo Crivella levaram o caso ao Plenário e pediram ao governo do Irã que poupasse a vida do cristão.
As boas relações diplomáticas do Brasil com o Irã desde o governo Lula podem influenciar e ter “voz” mais ativa do que muitos outros países em relação a este caso. Pensando nisso, a Portas Abertas, organização que lida com a perseguição religiosa no mundo criou ações em favor da vida de Nadarkhani por meio de um abaixo assinado para que os brasileiros pressionassem o presidente do Senado, José Sarney, a enviar carta de apoio ao pastor Youcef em nome do Senado Federal conforme solicitação do senador Paulo Paim. Além disso, a entidade enviou outro abaixo assinado para que o Itamaraty, ou seja, o ministério de Relações Exteriores do Brasil se pronunciasse publica e favoravelmente pedindo pela vida do pastor Youcef.
Ainda que a pressão internacional tenha efeito sobre a decisão da sentença, o pastor não sairá ileso. Punições como um longo período na prisão pode ser o resultado do “perdão”, uma vez que, se o tribunal simplesmente o liberar poderia ser visto como uma derrota. Mas acredita-se que a prisão também continuará causando pressão ao governo iraniano.
“Eles provavelmente não irão matá-lo hoje, mas podem fazer isso quando quiserem”, disse uma fonte ligada ao caso do pastor Nadarkhani para a agência internacional de notícias Compass Direct. “Eles podem enforcá-lo ao meio dia ou então daqui a 10 dias. Às vezes entregam o corpo para a família junto com o veredito. Eles têm ultrapassado as fronteiras da lei”.
Nos dias da audiência, a esposa de Nadarkhani estava muito apreensiva com relação à decisão do tribunal. O casal tem dois filhos: Joel, 7 e Daniel, 9. “A mulher dele está em depressão e preocupada. É uma situação difícil para toda a família”, relatou a fonte. O pastor Youcef conseguiu ver seus filhos durante a audiência pela primeira vez desde março. “Ele estava de bom humor e falava de sua enorme vontade de servir a Igreja depois que fosse libertado da prisão”, revela o Compass.
Fato interessante no caso do cristão Youcef Nadarkhani é que seu advogado, Mohammad Ali Dadkhah, é muçulmano com grande expertise em Direitos Humanos e está cuidando do caso do pastor. “Isso mostra que pessoas de diferente fé estão dispostas a arriscar suas próprias vidas e carreiras para salvar outros”, alerta Jordan Sekulow, diretor executivo da ACLJ.

CRISTIANISMO HOJE