A MORTE DE LÁZARO JO. 11.1-44
INTRODUÇÃO: Depois de uma recepção inicial e de uma resistência crescente, o ministério público de Jesus alcançava agora o terceiro e último estágio, de franca rejeição. Esta unidade funciona como o clímax da primeira metade do Evangelho e como a preparação a segunda metade. Como João 11 e 12 é ao mesmo tempo uma síntese da vida de Jesus e uma antecipação de sua morte, a perspectiva teológica desta parte é paradoxal. Há aqui duas realidades contraditórias: 1. Os homens levaram Jesus a morrer tragicamente, devido à forma como viveu para Deus; 2. De uma perspectiva eterna Deus levou Jesus a morrer triunfalmente, devido à forma como morreu para com os homens. O crente é convidado a se aproximar deste paradoxo pela fé. Muitos hoje têm problemas por estarem certos de que Lázaro não saiu da tumba, mas muitas que estiveram lá tiveram problemas por estarem certos de que ele saiu.
Este evento incrível deixou os homens livres para a fé e a incredulidade:
1. Foi uma volta temporária à existência terrena;
2. Foi um acontecimento isolado;
3. Foi uma volta de alguém recentemente morto;
4. Levou à retomada de uma forma anterior de vida.
Como sinal, o acontecimento não apontava diretamente para o significado da ressurreição, mas apenas fornecia uma analogia terrena sobre ela, de modo que este evento poderia ser mais bem definido como restauração de Lázaro.
Jesus não viu a enfermidade de Lázaro como uma tragédia, mas como uma oportunidade para a glória de Deus se manifestar através do Filho de Deus.
Os discípulos recuaram diante do chamado para salvarem a vida de outro homem, temendo que isto lhes custasse à própria vida. Se fosse necessário, preferiam morrer com ele a viver sem ele. Embora sua tenaz ligação a Jesus representasse mais uma expressão autêntica de discipulado do que o entusiasmo superficial daqueles que se impressionavam com os sinais que ele operara.
Ao chegar a Betânia, primeiro, na crença popular judaica, o espírito humano pairava próximo ao corpo durante três dias, partindo a seguir, quando a cor do cadáver começava a mudar. Para uma pessoa enterrada há quatro dias, a morte era irrevogável, devendo toda esperança ser abandonada.
Segundo, consolar a família, talvez indique a proeminência do defunto. Terceiro Marta não só estava no meio da semana do pranteamento que se seguia aos funerais judaicos, como se encontrava absolutamente frustrada e perplexa diante de Jesus não ter chegado a tempo de impedir que seu irmão morresse.
Jesus era a vida, aquele que vive espiritualmente por crer em Jesus jamais morrerá espiritualmente, nesta vida ou no porvir.
Gesto de cortesia para com os convidados: ir ao sepulcro chorar era costume nos primeiros dias após a morte.
Jesus Chorou: Literalmente, ele “gemeu violentamente”, “se agitou” no âmago de seu ser. No choro de Maria, Jesus sentiu a irresistível reivindicação de um amor desamparado a compeli-lo a agir naquele mesmo instante. Viu nos judeus que com ele vinham, uma volta de todas as suas dificuldades com Israel (cap. 5-10) e percebeu logo o preço deste conflito e das imensas tribulações que traria ao seu espírito. Num difícil momento de indescritível tristeza, a dor provocada pela perda de um ente querido, associada à indignação causada pelo insistente ceticismo de seus próprios parentes espirituais, Jesus chorou lágrimas de sofrimento e frustração, pena e indignação, como as lágrimas do Getsêmane. Alguns reagiram a estas lágrimas com uma terna feição (v.36), outros com um cinismo cruel (v. 37 – a indagação pede uma resposta afirmativa; isto é, ele podia ter feito algo, mas não fez). A atuação de Jesus combinava soberania divina com dependência humana. Jesus demonstrou ser o Senhor da vida e da morte. Por outro lado, ele se comoveu outra vez profundamente diante da visão do sepulcro. E não só perguntou onde se localizava a tumba (v.34), mas ao chegar, pediu que tirassem a pedra que cobria a entrada da gruta sepulcral.
CONCLUSÃO: Por fim, quando saiu o que estivera morto, pediu aos outros que o desatassem e o deixassem ir. Num certo sentido, estas imagens mostram que um poder maior não perde tempo com tarefas banais, realizáveis por qualquer pessoa, tornando-se esta prática uma espécie de parábola das pequenas coisas, pelas quais podemos cooperar com o vivificante ministério de Cristo. Ao mesmo tempo, no entanto, estes traços bem humanos sugerem também que Jesus evitou deliberadamente o papel de um taumaturgo espetacular. Evidentemente, quem quer que tivesse o poder para ressuscitar os mortos poderia mover miraculosamente pedras de sepulcros ou desatar os laços que aprisionam cadáveres. Jesus, porém, evitou conscientemente qualquer ostentação. Em vez de deslumbrar os espectadores com o que fizera, Jesus os levou a refletir sobre o miraculoso dom da vida, “escondida” nas circunstâncias tão humildes em que Lázaro apareceu.
DESAFIO PRÁTICO:
1. Podemos ter a impressão que o Senhor está ausente em nosso momento de crise maior, mas Ele não está.
2. Alguns podem reagir as nossas lágrimas com afeto enquanto outros com cinismo cruel
3. Nós podemos cooperar com o ministério de Jesus nas pequenas coisas, pois as grandes somente Ele pode fazer e nós devemos confiar.
4. Nós não estamos aqui para aparecer, pois quem deve ficar em evidência é Deus;
5. Jesus quer que sejamos servos humildes que buscam fazer sua vontade em todas as coisas.
adaptações do Pr. Almir Cruz do comentário de William Hull
no Comentário Bíblico Broadmann.
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